No Silêncio de Um Olhar  

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Por você fiz-me trovador
Compus cantiga de amigo
Compus cantiga de amor
Você cortesã, eu plebeu
O problema não era você, era eu.

Te coloquei no mais alto pedestal
Da minha religião
Fui considerado herege,
Caçado pela Inquisição.

No auge do meu Antropocentrismo
Tu foste minha inspiração
No lirismo desmedido do meu drama
Que só entende quem ama.

Feitos heróicos narrei
Dos mais variados temas abusei
Só para você me notar
Talvez pudesse me amar.

Fui poeta, fui bobo, nobre burguês
Noites em claro tentando compor
Algo que enfatizasse a intensidade do meu amor
Um poema como este talvez,
Sim! Você seria a minha Inês.
Talvez assim pudesse acreditar
Que um dia pudesse aprender a me amar.

Caminhei sem rumo
Tentando encontrar
Respostas, alternativas
Um jeito de me comunicar.

Em Platão, com suas loucas
Insanas idéias sobre o amor.
Foi nele que compreendi
Que tu és como uma flor.

Tomá-la para mim
Seria dar um triste fim
Ao seu brilho, seu esplendor
Vê-la murchar
Por egoísmo do meu amor,
Uma dor que não iria suportar.

O brilho das flores no campo
Permanece conosco
Mais que a triste beleza
Das flores que nos adornam.

Você nunca me pertencerá
E por isto lhe terei sempre
Nestas poucas linhas tento registrar
Um amor que nasceu na incerteza de um olhar
E assim permanecerá até que seja capaz de entendê-lo.


Parênteses: (Faz um tempo que eu o escrevi, mas não tive muita coragem de postar por aqui.)

This entry was posted on domingo, 7 de março de 2010 at 13:02 and is filed under , , , . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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